domingo, 1 de julho de 2012
domingo, 24 de junho de 2012
Um pouco sobre a vida do autor : Jorge Amado
Jorge Amado nasceu na fazenda Auricídia, em Ferradas, município de
Itabuna. Filho do "coronel" João Amado de Faria e de Eulália Leal
Amado, foi para Ilhéus com apenas um ano e lá passou a infância e descobriu as
letras. A adolescência ele viveria em Salvador, no contato com aquela vida
popular que marcaria sua obra.
Aos 14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que (juntamente com os do Arco & Flecha e do Samba) desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Entre 1927 e 1929, foi repórter no "Diário da Bahia", época em que também escreveu na revista literária "A Luva".
Estreou na literatura em 1930, com a publicação (por uma editora carioca) da novela "Lenita", escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Seus primeiros romances foram "O País do Carnaval" (1931), "Cacau" (1933) e "Suor" (1934).
Jorge Amado bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito no Rio de Janeiro (1935), mas nunca exerceria a profissão de advogado. Em 1939, foi redator-chefe da revista "Dom Casmurro". De 1935 a 1944, escreveu os romances "Jubiabá", "Mar Morto", "Capitães de Areia", "Terras do Sem-Fim" e "São Jorge dos Ilhéus".
Em parte devido ao exílio no regime getulista, Jorge Amado viajou pelo mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50) e em Praga (1951-2).
Voltando para o Brasil durante o segundo conflito mundial, redigiu a seção "Hora da Guerra" no jornal "O Imparcial" (1943-4). Mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário Hoje (1945). Anos depois, no Rio, participaria da direção do semanário "Para Todos" (1956-8).
Em 1945, foi eleito deputado federal por São Paulo, tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da primeira Câmara Federal posterior ao Estado Novo. Nessa condição, foi responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. De 1946 a 1958, escreveria "Seara Vermelha", "Os Subterrâneos da Liberdade" e "Gabriela, Cravo e Canela".
Em abril de 1961, foi eleito para a cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras (sucedendo a Otávio Mangabeira). Na década de 1960, lançou os romances "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água", "Os Velhos Marinheiros, ou o Capitão de Longo Curso", "Os Pastores da Noite", "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Tenda dos milagres". Nos anos 1970, viriam "Teresa Batista Cansada de Guerra", "Tieta do Agreste" e "Farda, Fardão, Camisola de Dormir".
Suas obras foram traduzidas para 48 idiomas. Muitas se viram adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão e até as histórias em quadrinhos, não só no Brasil, mas também em Portugal, França, Argentina, Suécia,Alemanha, Polônia, Tchecoslováquia (atual República Tcheca), Itália e EUA. Seus últimos livros foram "Tocaia Grande" (1984), "O Sumiço da Santa" (1988) e "A Descoberta da América pelos Turcos" (1994).
Além de romances, escreveu contos, poesias, biografias, peças, histórias infantis e guias de viagem. Sua esposa, Zélia Gattai, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus" (1979), "Um Chapéu Para Viagem" (1982), "Senhora Dona do Baile" (1984), "Jardim de Inverno" (1988), "Pipistrelo das Mil Cores" (1989) e "O Segredo da Rua 18" (1991). O casal teve dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças infantis; e Paloma, psicóloga.
Jorge Amado morreu perto de completar 89 anos, em Salvador. A seu pedido, foi cremado, e as cinzas, colocadas ao pé de uma árvore (uma mangueira) em sua casa.
Aos 14 anos, começou a participar da vida literária de Salvador, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes, grupo de jovens que (juntamente com os do Arco & Flecha e do Samba) desempenhou importante papel na renovação das letras baianas. Entre 1927 e 1929, foi repórter no "Diário da Bahia", época em que também escreveu na revista literária "A Luva".
Estreou na literatura em 1930, com a publicação (por uma editora carioca) da novela "Lenita", escrita em colaboração com Dias da Costa e Édison Carneiro. Seus primeiros romances foram "O País do Carnaval" (1931), "Cacau" (1933) e "Suor" (1934).
Jorge Amado bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais na Faculdade de Direito no Rio de Janeiro (1935), mas nunca exerceria a profissão de advogado. Em 1939, foi redator-chefe da revista "Dom Casmurro". De 1935 a 1944, escreveu os romances "Jubiabá", "Mar Morto", "Capitães de Areia", "Terras do Sem-Fim" e "São Jorge dos Ilhéus".
Em parte devido ao exílio no regime getulista, Jorge Amado viajou pelo mundo e viveu na Argentina e no Uruguai (1941-2) e, depois, em Paris (1948-50) e em Praga (1951-2).
Voltando para o Brasil durante o segundo conflito mundial, redigiu a seção "Hora da Guerra" no jornal "O Imparcial" (1943-4). Mudando-se para São Paulo, dirigiu o diário Hoje (1945). Anos depois, no Rio, participaria da direção do semanário "Para Todos" (1956-8).
Em 1945, foi eleito deputado federal por São Paulo, tendo participado da Assembléia Constituinte de 1946 (pelo Partido Comunista Brasileiro) e da primeira Câmara Federal posterior ao Estado Novo. Nessa condição, foi responsável por várias leis que beneficiaram a cultura. De 1946 a 1958, escreveria "Seara Vermelha", "Os Subterrâneos da Liberdade" e "Gabriela, Cravo e Canela".
Em abril de 1961, foi eleito para a cadeira número 23 da Academia Brasileira de Letras (sucedendo a Otávio Mangabeira). Na década de 1960, lançou os romances "A Morte e a Morte de Quincas Berro d'Água", "Os Velhos Marinheiros, ou o Capitão de Longo Curso", "Os Pastores da Noite", "Dona Flor e Seus Dois Maridos" e "Tenda dos milagres". Nos anos 1970, viriam "Teresa Batista Cansada de Guerra", "Tieta do Agreste" e "Farda, Fardão, Camisola de Dormir".
Suas obras foram traduzidas para 48 idiomas. Muitas se viram adaptados para o cinema, o teatro, o rádio, a televisão e até as histórias em quadrinhos, não só no Brasil, mas também em Portugal, França, Argentina, Suécia,Alemanha, Polônia, Tchecoslováquia (atual República Tcheca), Itália e EUA. Seus últimos livros foram "Tocaia Grande" (1984), "O Sumiço da Santa" (1988) e "A Descoberta da América pelos Turcos" (1994).
Além de romances, escreveu contos, poesias, biografias, peças, histórias infantis e guias de viagem. Sua esposa, Zélia Gattai, é autora de "Anarquistas, Graças a Deus" (1979), "Um Chapéu Para Viagem" (1982), "Senhora Dona do Baile" (1984), "Jardim de Inverno" (1988), "Pipistrelo das Mil Cores" (1989) e "O Segredo da Rua 18" (1991). O casal teve dois filhos: João Jorge, sociólogo e autor de peças infantis; e Paloma, psicóloga.
Jorge Amado morreu perto de completar 89 anos, em Salvador. A seu pedido, foi cremado, e as cinzas, colocadas ao pé de uma árvore (uma mangueira) em sua casa.
Campo politico da narrativa
O livro de Jorge Amado,
Gabriela, cravo e canela, inaugura uma nova fase na obra de Jorge Amado. A
partir deste romance, Jorge Amado começa a por em destaque o conteúdo político
da época onde se passa a narrativa e também é um dos seus primeiros livros a
dar destaque as personagens femininas: as mulheres passam ao centro das
narrativas como mito sexual, mas também como agentes do próprio desejo
Gabriela,
cravo e canela, narra o caso de amor entre o árabe Nacib e a sertaneja Gabriela
e compõe uma crônica do período de plenitude do cacau na região de Ilhéus. Os
personagens do livro estão divididos em duas principais partes: a parte dos que
querem e estimulam o tão falado progresso e aqueles que são contra os desejos
desta ala progressista.
O livro
descreve alterações profundas na vida social da Bahia dos anos de 1920: a
abertura do porto aos grandes navios leva à ascensão do exportador carioca
Mundinho Falcão e ao declínio dos coronéis, como Ramiro Bastos.
O livro
também descreve o quadro de costumes da época, que a mulher era colocada como
submissa ao homem, porém esse processo político-econômico repercute na vida
social de Ilhéus e nas relações entre os sexos, apressando mudanças de
costumes, começando por libertar a mulher das opressões do velho modelo,
patriarcal e machista.
Personagens
1 - Personagens
Protagonistas (no campo amoroso).
Consideramos Gabriela e o
turco Nacib os protagonistas da história devido ao romance vivido entre eles e
a importância deste no romance.
Gabriela- Moça de grande
vitalidade que reúne grandes características do interior, sendo retirante fugida da seca.
Animada, bem disposta, era bonita e por onde passava chamava atenção dos
homens, provocando inveja nas mulheres. Não era mulher de relacionamentos mais
sérios como o casamento nos quais se sentia "presa". A traição na sua
relação com Nacib ocorreu devido a este fato. Importante: é Gabriela que dá
ênfase à trama.
"Caído o braço roliço, o rosto moreno sorrindo no
sono, ali, adormecida na cadeira, parecia um quadro. Quantos anos teria? Corpo
de mulher jovem, feições de menina."
Este trecho do livro mostra como a autor descreve a
beleza da Gabriela.
Nacib- O personagem é
fundamental não só pela sua relação com Gabriela mas também pelo fato de ser
dono do mais importante ponto de encontro da região, o Bar Vesúvio. Era
imigrante vindo da Síria e não gostava de fazer parte de nenhum laço político.
Pensava ele que se fizesse parte da política poderia perder clientela em casos
de desentendimento, já que todos da sociedade frequentavam seu bar. É ele o primeiro
homem, na narrativa, a se encantar com a beleza de Gabriela.
"Do que não se recordava mesmo era da Síria, não lhe
ficara lembrança da terra natal tanto se misturara ele à nova pátria e tanto se
fizera brasileiro e ilhense."
Este trecho da narrativa se refere a Nacib e sua
nacionalidade.
2 - Personagens
Antagonistas (no campo amoroso)
No caso deste romance
consideramos a personagem Tonico Bastos como a antagonista. Pelo fato de ele
ser o fator determinante na traição entre Gabriela e Nacib
.
Tonico Bastos- Filho do
coronel Ramiro Bastos, possuía a fama de conquistador. Sua razão de viver era
esta, o de ser o irresistível. Andava sempre bem vestido, e com um andar
despreocupado. Tinha muito sucesso com as mulheres e as opiniões sobre ele
variavam em Ilhéus, uns o consideravam bom rapaz e inofensivo. Outros achavam
ele burro, covarde e preguiçoso.
Foi este seu jeito que conquistou Gabriela, fazendo com
que ela se esquecesse de Nacib por um momento.
"De nenhum outro temera tanto Nacib a concorrência,
ao contratar Gabriela, quanto de Tonico. Não era ele o conquistador sem rival,
o tombador de corações?"
Este trecho do livro mostra a preocupação de Nacib em
relação a seu amor Gabriela e o conquistador Tonico Bastos.
3 -
Personagens Secundários (no campo amoroso)
São personagens da
conturbada vida amorosa e doméstica de Ilhéus ou ainda personagens relacionados
ao cotidiano de Gabriela, Nacib ou de Tonico Bastos. A seguir citaremos algumas
personagens neste campo.
As irmãs dos Reis- Duas
grandes cozinheiras de Ilhéus, Quinquina e Florzinha eram também muito
conhecidas por terem construído um enorme presépio. Neste encontravam-se além
de imagens santas, imagens de personalidades que foram importantes na história
do Brasil.
Malvina- Por ser jovem e
mulher era muito controlada pelo pai, o que era muito comum na época. Por outro
lado era a única que possuía coragem para requerir seus direitos. Acabou
fugindo de Ilhéus para não ter que casar com quem não queria.
Filomena- Empregada de Nacib
desde que ele comprara o bar, acaba indo embora para morar com o filho Vicente.
Abrindo então uma vaga que posteriormente será ocupada por Gabriela.
Alguns protagonistas (campo social e político).
Mundinho Falcão- Raimundo
Falcão, exportador de cacau. O seu principal objetivo era aumentar a produção
de cacau, e possibilitar que o cacau fosse exportado sem ter que antes passar
pelo porto da Bahia. Era o símbolo do progresso.
"Mundinho Falcão chegou aqui outro dia, como diz
Amâncio. E veja quanta coisa já realizou: abriu a avenida ...Trouxe os
primeiros caminhões, sem ele não saía o Diário de Ilhéus nem o clube
Progresso."
Este trecho do livro define bem o espírito progressista
de Mundinho Falcão.
Capitão- Miguel Batista de
Oliveira, o Capitão, era aliado a Mundinho Falcão nas disputas políticas.
Possuía um nariz grande e curvo, era moreno e estava sempre vestido de
impecável roupa branca. Era uma das grandes personalidades da cidade.
O russo Jacob e seu sócio
Moacir Estrela- Foram eles que organizaram uma empresa de transportes para
explorar a ligação rodoviária entre as duas principais cidades de produção de
cacau. Isto foi um progresso já que a viagem rodoviária através das marinetes
era muito mais rápida e barata que através da ferrovia, a mais comum na época.
"Que coisa! Quem diria! Trinta e cinco quilômetros
em hora e meia...Antigamente a gente levava dois dias, a cavalo..."
Percebe-se por este trecho da narrativa a vantagem da
viagem por rodovias através das marinetes.
Alguns membros da Igreja podem aqui ser incluídos (Padre
Basílio), já que muitos deles possuíam terras sendo interessante a chegada do
progresso.
Antagonistas (campo social e político) .
Coronel Ramiro Bastos-
Considerado um verdadeiro cacique local, por ser um dos mais antigos moradores
de Ilhéus. Era contra a política progressista de Mundinho Falcão, com o qual
disputava o poder político da região.
Coronel Amâncio Leal- Era um
homem calmo, porém que já havia lutado muito por terras da região, era um
célebre chefe de jagunços. A ele pouco interessava todas aquelas inovações do
progresso.
Um breve resumo.
Gabriela, veio do agreste mas fugindo da seca com seu tio, mas no meio do caminho encontra Clemente com seu amigo Negro , e então eles continuam o caminho todos juntos, porém o tio de Gabriela adoece e acaba morrendo. Gabriela então continua o caminho com os dois homens e com isso acaba se envolvendo com um deles, Clemente.
Chegou em Ilhéus em 1925, buscando trabalho. Quando
chega é levada para o “ o mercado dos
escravos “, lugar onde os retirantes da seca acampam. Nacib chega no
acampamento e logo encontra Gabriela, e a pergunta o que ela sabe fazer,
Gabriela responde que sabe fazer de tudo e cozinha muito bem, então Nacib a
retira daquele lugar e a leva para a sua casa. Nacib é dono do bar Vesúvio e
leva Gabriela para cozinhar para ele no seu bar. Nacib em um primeiro momento
não atenta para a beleza de Gabriela, que estava escondida sob os trapos e a
poeira do caminho. Porém não demora muito e Nacib descobre que ela tem a cor da
canela e o cheiro de cravo. Em breve, depois de todos a conhecerem na cidade
por trabalhar no bar Vesúvio, os homens
da cidade começam a se render aos
encantos de Gabriela.
Depois que assume a cozinha
do bar Vesúvio, o bar fica cheio e famoso por conta do tempero e da presença
estonteante de Gabriela. Nacib começa a se render pelos encantos de Gabriela e
quando vê que ela esta atraindo olhares começa a fica com ciúme e vê que está
na hora de pedir ela em casamento. Depois do casamento Gabriela começou a ter
obrigações de mulher que não combinavam com o seu espírito livre e rústico. No
entanto, Gabriela não se deixa dominar pelo casamento com Nacib que a flagra na
cama com Tonico Bastos e que manda anular o casamento.
Porém Nacib não conseguirá
ficar longe de Gabriela por muito tempo, que voltara a ser cozinheira e de seu
bar e também frequentara sua cama novamente.
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